Presidente quer detalhamento de cada obra antes de anunciar contribuição do governo federal
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pediu, nesta segunda-feira (10), uma ajuda financeira de R$ 3,5 bilhões para a presidente Dilma Rousseff, durante uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília.
Alckmin se reuniu com a presidente, com o diretor-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu, e com as ministras Miriam Belchior (Planejamento) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) para discutir a seca de São Paulo.
Alckmin apresentou um projeto de oito obras estruturantes, que ficariam prontas nos próximos três anos, para garantir a segurança hídrica do Estado. Segundo ele, o governo de São Paulo espera receber ajuda do governo Federal, por meio de recursos do Tesouro ou por financiamento, para garantir o abastecimento de água para a população.
— Precisamos do máximo de recursos que puder. A parceria [entre o governo Federal e o governo de São Paulo] não é novidade. Acaba a eleição e a população quer soluções concretas e os recursos devem ir para onde há necessidade.
No projeto apresentado pelo governo de São Paulo, estão listadas obras de interligação de rios e represas com o reservatório de Cantareira, construção de estações de produção de água de reúso e escavação de poços artesianos.
A ministra do Meio Ambiente criticou o projeto e avaliou que nenhuma das obras vai resolver o problema emergencial de São Paulo. Segundo ela, as construções que o governo paulista pretende fazer não têm nenhuma relação com a seca que a população enfrenta atualmente.
— Essas obras não dialogam com a crise atual. O governo de São Paulo não pediu nada para obras emergenciais, para solucionar a crise deste momento.
Mais detalhes
Já a ministra do Planejamento chamou atenção para a ausência de obra estruturante, de longo prazo, que solucione de vez o problema da crescente demanda frente à escassez de recursos hídricos.
Miriam Belchior informou que a presidente Dilma sugeriu maior planejamento e pediu um relatório detalhado, da importância de cada obra, para solucionar a crise de água. Segundo a ministra, o ofício apresentado por Alckmin explicava em três linhas cada projeto e a presidente não ficou satisfeita.
Por isso, Dilma marcou uma nova reunião antes de decidir com quanto o governo federal vai contribuir para o projeto. De acordo com Miriam Belchior, até o valor global pode ser repassado.
— Não se discutiu montante de recursos, depende da nossa capacidade e, fundamentalmente, depende da importância das obras a serem realizadas. Se estiverem claras a importância dessas obras para o abastecimento de água da região metropolitana, poderemos até apoiar tudo.
Para facilitar o diálogo, foi criado um grupo de trabalho com ministros e secretários estaduais de São Paulo. Uma nova reunião foi marcada para a próxima segunda-fera (17), para que o governo paulista apresente o projeto de cada obra, com a situação e a importância de cada uma.
Somente depois desse novo encontro, Dilma vai decidir de quanto será a ajuda para o governo paulista. A expectativa é de que os primeiros anúncios comecem a ser feitos na próxima semana, quando a presidente retornar da reunião do G-20, que será realizada na Austrália.
Uma das primeiras medidas deve ser a liberação de R$ 1,8 bilhão para o sistema produtor do rio São Lourenço, que fica a 80 quilômetros de São Paulo. O objetivo é construir uma adutora que vai abastecer o reservatório de Cantareira com 4,8 m³/s de água. No entanto, a obra não faz parte do projeto apresentado por Alckmin.
Situação controlada
Apesar das duras críticas sofridas durante a campanha eleitoral e da crise de abastecimento no Estado, o governador de São Paulo garante que a situação está controlada. De acordo com Alckmin, a população não corre risco de ficar sem água.
— São Paulo enfrenta esta que é a maior seca dos últimos 84 anos, com planejamento, com obra e com uso racional da água. São Paulo não tem racionamento de água, o abastecimento está garantido. Nós estamos tratando são de obras estruturantes, necessárias, não agora no curto prazo, para amanhã, mas para a segurança hídrica da região metropolitana.
Serginho da Julio !!
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